quinta-feira, 18 de janeiro de 2007

Trilogia do Cobarde-Parte V

Estão agora a ler a Trilogia do Cobarde.
Fugem: espancando-vos e obrigando-vos a agradecer.

Acto VI:
(Carlos está a falar ao telemóvel, no meio da rua)
Carlos: Estou, Sr. Autor?
Pina: Eu começo a achar que me enganei, e que te fiz estúpido como uma porta em vez de cobarde...
Carlos: Desculpa, eu é que morro, e tu é que te chateias?
Pina: Quantos Deus Ex Machina achas que uma história pode ter?
Carlos: Tu mataste-me! E nem me deixaste ter sexo com a anjo!
Pina: Tu estás vivo outra vez, não estás?! Então não me chateies!
Carlos: Olha lá, mas eu vou fazer mais alguma coisa perigosa? É que este dia já se está a tornar cansativo...
Pina: Não te posso dizer. E vou desligar. E juro que te ponho frente-a-frente com todas a mulheres da tua vida se me voltas a ligar!
Carlos: Mas, e isto é só uma sugestão, e se eu fosse agora para casa ter sexo com a minha mulher?
Pina: Acho que afinal te fiz estúpido e cobarde...
Carlos: Não, não, mas ouve: e depois a irmã dela vinha “visitar-nos” e...
(clic)
Carlos: Vou levar isso como um não...
(o Comissário aparece nas costas de Carlos e aponta-lhe uma arma)
Comissário: Ahá! Caíste na minha armadilha!
Carlos: Chefe? Oh, chefe, ainda bem que aparece. Estou a ter um dia de loucos. Hoje até já morri, para ver.... Chefe, porque é que me está a apontar uma arma?
Comissário: Porque caíste na minha armadilha, e vieste para aqui sozinho, desarmado. E agora morrerás!
Carlos: Mas que raio de armadilha estúpida é esta?! No meio da rua?
Comissário: A minha mulher está a falar com o jardineiro em casa...
Carlos: Imagino... (incrédulo) Mas, espera aí, o chefe é que é o assassino? Mas que merda de reviravolta é esta?
Comissário: É verdade! Subornei o médico legista para te enganar e tenho estado a puxar os cordelinhos de toda a gente, para te trazer até aqui!
Carlos: Boa. Não morro à primeira, morro à segunda... Filha da mãe do autor... (cai-lhe um pedra na cabeça) Au! que é tão simpático!
(aparece o médico legista)
Doutor: Então, chefe? Mate-o, para irmos dormir com a mulher dele.
Carlos: Mas quê, isto é por causa da minha mulher? Mas eu já vos tinha dito que a irmã dela é melhorzita...
Comissário: (para o doutor) Oh meu cabrão, eu agora estava a fazer o meu discurso de vilão maldoso! Assim dás cabo disto tudo!
Carlos: É verdade! Agora temos que recomeçar. Vamos voltar à parte antes de eu chegar aqui, sim?
Doutor: Epá, desculpem lá.
Carlos: Esqueça isso. Vamos lá, então, recomeçar tudo. Eu vou andando até casa e apareço aqui dentro de duas horas.
(Carlos vira-se para sair)
Comissário: Alto lá. Daqui só sais num saco.
Carlos: É assim, se me deixar em casa, não tenho problemas. Temos é que nos despachar, que eu quero dar uma rapidinha com a minha mulher, para estar às oito em casa da irmã dela. E amanhã de manhã combinei com a minha amante.
Doutor: Com este trânsito é melhor deixa-lo directamente em casa da sua cunhada.
Comissário: Não, não há necessidade. Vamos por um atalho que eu conheço e estamos lá em dois minutos.
(Ana entra a correr, com um telemóvel ne mão, para entregá-lo ao comissário)
Ana: Chefe! Chefe! A sua mulher está ao telemóvel a dizer que vai fugir com o jardineiro!
Comissário: Mas vocês param de me interromper? Diga-lhe para me deixar o jantar pronto e depois pode ir à sua vida à vontade.
Carlos: Mas que falta de profissionalismo! É assim que se arma uma emboscada a uma pessoa?
Comissário: Desculpa lá, não estava à espera. Onde é que nós íamos?
Carlos: Não sei, não paramos de ser incomodados...
Ana: Que giro. Nunca tinha visto uma execução ao perto.
Carlos: Quer ver mais de perto? Ponha-se no meu lugar, aqui... (coloca-a na posição em que ele estava e faz o Comissário apontar-lhe a arma a ela) Agora, se não se importam eu vou rápido a casa.
(o Doutor volta a aparecer. Ninguém se tinha apercebido que ele tinha saído)
Doutor: Ora bem, o que é que perdi?
Carlos: Mas onde é que tinha ido?
Doutor: Vi ali o Abílio e fui-lhe perguntar onde é que ele arranja tantas bananas, que a patroa andava curiosa...
Ana: Esse não estava fora a visitar a família?
Comissário: Estou prestes a mostrar à minha secretária como é uma execução a sério. Você é a seguir Carlos.
Doutor: Eu então vou indo que chamaram-me para uma autópsia a um morto. Coisa raríssima, por cá! (sai)
Carlos: Não há necessidade. Fica para outro dia... Eu hoje já morri uma vez e não me apetece morrer outra.
Ana: Estou um pouco confusa. Vou-me embora.
Comissário: Não vás, que eu depois tenho que tratar duma papelada na esquadra e tu ajudas a passar o tempo...
(aparece Walker)
Walker: Alguém precisa de ajuda contra rufias de toda a espécie, mas que se parecem todos uns com os outros?
Carlos: Mas de onde é que tu sais, porra?
Ana: Vou indo. (sai)
Comissário: Não, Ana, espera. (para Carlos) Epá, desculpa lá o mau jeito, mas tenho que te matar agora, que senão tenho que tratar da papelada sem “apoio”.
Carlos: (para Walker, apontando para o Comissário) Olha, ali está um rufia!
Walker: Então, portanto, vou fugir, para tentar recusar a violência e depois vou dar-lhe um enxerto de porrada que o vai deixar em coma, está certo?
Comissário: Eu precisava de me despachar, mas pronto, está bem...
(Walker desata a fugir do Comissário pelo cenário. Lídia e Marta aparecem)
Carlos: Mas que história estúpida! Parece que está tudo por eu morrer porra! (cai-lhe outra pedra na cabeça) Au!
Marta: Carlos, nós estivemos a falar e vais ter que escolher uma de nós.
Carlos: Mas só uma?
Lídia: A não ser que haja uma ocasião especial, tipo bebedeiras.
Carlos: Se é assim terá que ser a Marta!
Marta: A sério?
(passam o Comissário a perseguir Walker na parte de trás)
Lídia: Então e eu? Pensava que eu era melhor na cama!
Carlos: Eh lá. Vamos lá a ter calma!
Marta: Ela é melhor na cama?!
(passam o Assasssino da Facas a perseguir a anjo na parte de trás)
Carlos: Espera aí, aqueles ali não eram...?
Lídia: Não mudes de assunto!
(O Comissário entra depois de se ouvir um estrondo)
Comissário: Boas notícias: não voltaremos a ter nenhuma época de Walker, O Ranger do Texas!
Carlos: Olha que giro, estou rodeado...
Marta: Mas não interessa, escolheste-me, e isso é o mais importante. Oh, amo-te tanto. Nunca mais te trairei! (beija Carlos)
Comissário: (assustado) Marta?! Aqui?! E eu sem gel...
Lídia: Então quem é que vai comigo para a cama?
Carlos: Antes de mais nada, não podes dar o espartilho à tua irmã?
Comissário: (envergonhado, a um canto, como que a ensaiar) Marta... eu estava a pensar...quer dizer... não sei se entende...
Marta: (olhando intrigada para o Comissário) Aquele idiota a falar sozinho não é o teu chefe?

(Continua)

1 comentário:

Anónimo disse...

O autor num morre..? Talvez na próxima temporada. Brilhante! Juntamente com o Noddy, mais uma razao pa fikar kolado ao ecrã. Continua. La num digu k tas, mas talvez em kasa...