Quando mentir

Parece-me que chegou a altura de falarmos de mentiras. Não idiotas, não vamos falar de política. Vamos falar de quais são as alturas em que nos é permitido mentir. Não é sempre, porque depois quando o filho da puta do lobo nos atacar, ninguém nos ajuda (corja de cabrões idiotas, também. Das outras 5371 acreditaram, mas desta já não). Não, para o bom funcionamento da nossa sociedade foi acordado que apenas um certo número de mentiras seria aceitavél, por um determinado comité. Este comité tinha como membros, a minha ilustre pessoa, o PT, o Joli, o Eu, o Couto Maia Neto e a Danixita. Parece-me necessário referir que na semana da decisão fomos todos apanhados em péssimas situações.
Ora bem, a primeira situação é quando somos apanhados pelo pai da namorada, na casa-de-banho, às sete da manhã. O bom velho “eu andava nas redondezas” é absolutamente aceitável. Outra situação é quando a namorada é apanhada pela nossa mãe, na casa-de banho às sete da manhã. Neguem tudo e digam à vossa mãe que ela não anda a tomar os antidepressivos como deve ser. A terceira é quado um membro da família pergunta se não eramos nós que estavamos às 4 da manhã, na baixa, nus, a cantar Sinatra. Digam que mentiram e que não foram dormir a casa de um amigo, mas ficaram antes no quarto, trancados, a ser rebeldes. O vosso pai não considerará essa a melhor altura para revelar que “passou por lá” com a empregada, de certeza. No quarto momento aceitável, temos a hipótese de sermos apanhados, pela namorada, às sete da manhã, a sair do quarto da irmã dela, com o perfume da mãe dela no colarinho, depois de termos dito que estavaríamos fora durante toda a semana. Digam que falharam na janela do quarto, e que estavam desde a meia-noite a tentar descobrir qual era a do quarto dela. Se a vossa família descobrir que escrevem num blog chamado, digamos, “Fugem”, afirmem que não sabem do que eles estão a falar e que o frango do jantar parece ter feito um aborto. Isto deve safar-vos, durante uns oito anos, talvez mais. A última é quando forem apanhados com dez pretos, no parque da cidade, em actos sexuais. Nesta terão que se safar sozinhos, que não estamos mesmo a ver como é que se livrarão de uma merda destas, porra!
Terminando, só as mentiras aqui descritas são permitidas, mas é possível que nós sejamos obrigados a acrescentar outras coisas. Afinal de contas, nunca se sabe quando aqueles sete quilos de haxixe poderão ser descobertos.